domingo, 13 de fevereiro de 2011

amor dá medo

Medo de não mandar em nada.
Nem na gente. Nem no futuro. Nem no passado.
Em absolutamente nada.
Medo de amar sozinho, de ser um, de não caber mais no mundo.
De explodir. Partir-se ao meio. De ter gastrite, de ficar louco.
De chorar abafado. De sorrir por dentro. De engasgar.
De vomitar ciúme. De perder a fome.
De cometer assassinatos, no plural. Sem arrependimento.
De virar uma tragédia grega
E, ao mesmo tempo, um lindo e açucarado filme de amor.
De dar nome aos filhos. De querer os filhos. Deles nunca chegarem.
Medo de nunca mais respirar se o outro for embora.
Medo de morrer do coração.
Medo de morrer de qualquer coisa, antes de aproveitar cada pedacinho.
De fazer realidade a casa nova, a vida inédita.
Medo de não ter tempo para criar um cheiro novo, um gosto novo.
De deixar alguém fazer falta, ser indispensável como são os braços e as pernas. E os abraços e os passos.
Medo de ser esquecido, de se perder.
Do caminho desaparecer se você não andar mais nele.
Medo de dividir você com alguém.
Medo de nunca saber. Medo de saber.
Medo de não querer fazer mais nada.
Medo de querer demais e ficar sem nada.
Medo de ter tudo, porque assim há muito mais para ficar sem.
Medo de medo.
Medo de tudo.
Menos de ser assim: intocavelmente feliz.

Um comentário:

Unknown disse...

Não sei pq mas me ví ali em tudo que foi escrito.... Isso é alguém q não se deixa amar por medos ou que ama a ponto de dar um piti e morrer a qualquer momento?
rs
AMO VC, PRIMA!